Especialista destaca que o pescado vai se posicionar como mais saudável
Com suas 94.706 lojas em território nacional, o setor supermercadista tem uma enorme importância e força e somente em 2022 faturou R$ 695,7 bilhões, isso corresponde a cerca de 7% do PIB do Brasil naquele ano. Neste cenário, as tendências de consumo e do varejo alimentar também são determinantes para a comercialização e consumo do pescado.
E embora o segmento ainda tenha que enfrentar diversos desafios no varejo alimentar, como a exemplo dos preços e até a concorrência com as demais proteínas, os fornecedores de pescado têm um importante trunfo: “o pescado é privilegiado na mente das pessoas” fala Valéria Rossi, CEO da Shopper Experience.
“Nessa onda da saudabilidade e na busca de produtos que tragam um consumo sem culpa daquele alimento, o pescado entra muito bem porque vai se posicionar como mais saudável frente, por exemplo, a carne vermelha.”
A Shopper Experience foi a responsável pela pesquisa que revelou o desempenho do varejo em 2022 (físico e on-line) e suas as tendências durante a Apas 2023. Na pesquisa exclusiva, 55% dos entrevistados querem manter uma alimentação saudável, com produtos naturais, orgânicos e pouco industrializados. Outras categorias, como o frango, têm se saído melhor no pujante comércio varejista nacional. “O pescado não chega a cair, mas fica estável no consumo e muito impactado pela percepção de preço”, sublinha Rossi.
No último ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a peixaria fresca correspondeu a 0,9% do faturamento, o que corresponde a R$ 6,26 bilhões – o estudo não detalha o pescado congelado da categoria de perecíveis industrializados (8,7%),bem como não esmiúça conservas de pescado dentro da categoria de mercearia líquida (12,6%). Apesar do apoio da saudabilidade, faz-se notar que o segmento diante dos inúmeros produtos do varejo tem uma tarefa árdua.
“Outro desafio do peixe também é trazê-lo ao dia a dia. Ele ainda é muito consumido em ocasiões festivas”, pontua a especialista. Logo, para ela, pensando no comportamento do consumidor, o desempenho do segmento nos supermercados também é reflexo da sua presença no cotidiano dos brasileiros. “Fazer com que as pessoas enxerguem mais possibilidades de preparo e de tipos de pescado.”
Assim, segundo Rossi, o papel do varejo na promoção do consumo de pescado é “dar mais espaço para a categoria”. E não necessariamente apenas ampliando a estrutura.
“Pode ser o mesmo espaço da peixaria, mas por exemplo, oferecer além do salmão, que as pessoas habitualmente já conseguem entender como preparar. E se vou oferecer uma posta diferente, por que não ensino ? Por que não tem um material no ponto de venda que faça com que as pessoas entendam que tem uma possibilidade de receita? É ajudar o consumidor a entender as diferentes possibilidades de preparo, os diferentes tipos de peixes que podemos consumir e inserir esse produto no dia a dia.”
Dando mais espaço também é entender que formato de produto as pessoas querem. “Uma tendência que está forte é o consumo de produtos in natura pronto para consumo. Seria aquele que já vem as postas limpas e a pessoa só vai tirar do saquinho e vai preparar”, explica.
Assim, para ela, a estrutura de varejo que mais se aproxima ao que o consumidor deseja é a entrega de um produto limpo, higienizado, separado, congelado em porções ou se possa escolher o quanto vai querer preparar naquele dia. “Ou seja, de uma praticidade incrível e de uma confiança em relação à marca. Quando eu sei que tem uma marca por trás, o consumidor entende que aquilo tem um processo de produção mais confiável”, finaliza Rossi.
Fonte: https://www.seafoodbrasil.com.br/