Os oceanos cobrem 70% da Terra e têm uma enorme diversidade biológica que, os próprios cientistas admitem, é muito inexplorada. Tanto que, só recentemente, ficamos sabendo que a espécie de vertebrado com a maior população é a do peixe-boca-de-cerdas – que vive em grandes profundezas e brilha no escuro.
Quantos deles existem por aí? Ah, só 24 bilhões.
Resolvemos juntar algumas informações bacanas sobre esses verdadeiros reis das profundezas – confira:
1. O nome, como você pode imaginar, tem a ver com a boca do bicho, cheia de dentes finos e protuberantes que são deixados à mostra pela extrema elasticidade que o peixe tem em sua mandíbula.
2. Mas, apesar da imagem assustadora em close, o boca-de-cerdas é do tamanho de um dedo.
3. Todos eles começam a vida como machos, mas podem ‘trocar’ para fêmeas dependendo do equilíbrio entre gêneros no habitat, algo que os cientistas chamam de ‘protandria’. O mesmo fenômeno é observado em alguns vermes e espécies de borboletas.
4. O macho adulto é menor do que a fêmea e também tem um olfato mais aguçado – acredita-se que seja uma adaptação para encontrar parceiras nas profundidades escuras do oceano.
5. Como seu habitat é difícil de ser acessado, cientistas obtêm informações sobre esse peixe com uma técnica diferente: eles analisam o conteúdo do estômago de peixes maiores mortos, identificando restos de bocas-de-cerdas.
6. Os primeiros peixes da espécie foram encontrados em 1872, quando uma expedição baixou redes em grandes profundidades (até 5km!) em vários locais de diferentes oceanos. Boa parte delas voltou com exemplares de boca-de-cerdas.
7. Mas o primeiro cientista a ver os peixes em ação no seu habitat foi William Beebe, que desceu às profundezas do oceano em uma cápsula preparada especialmente para a missão, no início dos anos 1930.
8. Eles têm olhos muito pequenos, que provavelmente não os ajudam a caçar. Mas, assim como outros peixes das profundezas, eles possuem um ‘sensor’ natural na lateral de seus corpos, que permite que eles sintam vibrações e identifiquem presas.
9. E a bioluminescência? É uma estratégia esperta para se livrar de predadores. À noite, é difícil que peixes maiores consigam ver as profundezas do oceano. Mas de dia é fácil ver silhuetas na região. Então os boca-de-cerdas usam seus pontos bioluminescentes para brilhar durante o dia – com a luz sendo enviada de cima e de baixo, eles ficam praticamente invisíveis para predadores.
Fonte: http://revistagalileu.globo.com