Piscicultura de Rubinéia (SP) alterou logística e agora vai até o fornecedor para garantir oxigênio usado no transporte.
A criação de tilápias exige algumas atividades essenciais, como o tratamento, a vacinação e a seleção dos peixes. Em uma unidade de piscicultura localizada no município de Rubinéia (SP), que produz do alevino ao peixe pronto para o consumo, mais de 50 funcionários trabalham, de segunda a segunda, para manter a engrenagem girando.
Segundo o gerente de produção, Josias Teodoro, o horário de serviço é das 7h às 17h, com 1h10 de intervalo para almoço. A piscicultura conta com duas turmas: uma que trabalha na parte de cima, com a coleta, trato e manejo, e outra que trabalha no rio, com o manejo, trato, vacina e classificação. Às 16h, os funcionários iniciam os carregamentos.
Nos últimos tempos, uma situação fez com que estes carregamentos acontecessem em um horário diferente do habitual, na parte da noite. Essa mudança na logística acontece para economizar algo que também é bastante usado no transporte dos peixes vivos: o oxigênio.
Do local saem, por mês, aproximadamente quatro milhões de tilápias, entre alevinos e juvenis. Para chegar até as pisciculturas de diversas regiões do país, os peixes são transportados em tanques cheios de água e oxigênio.
Por mês, são utilizados mais de 200 cilindros. Este produto, no entanto, começou a faltar também para os piscicultores. O piscicultor Emerson Esteves diz que os profissionais foram alertados pelo fornecedor que teriam uma redução no fornecimento de oxigênio.
Com as mudanças, os custos aumentaram. Parte dos funcionários trabalha com hora extra e o preço do oxigênio subiu mais de 40% nas últimas semanas. Além disso, para garantir o abastecimento, os piscicultores também tiveram que mudar a logística para encher os cilindros. Agora, são eles que vão até a empresa fornecedora para garantir o oxigênio usado no transporte.
Emerson diz que essa mudança é necessária para que todos consigam trabalhar. “A gente tem que atender os nossos clientes e, se a gente ficar sem a logística, quem povoa não vai conseguir atividade para funcionar daqui a seis meses”, diz.
O profissional também diz que, se o cliente não receber o alevino, acontece um efeito cascata. “Daqui seis meses, ele não tem peixe gordo, frigorífico fica sem peixe, mercado fica desabastecido. Então, é uma engrenagem que começa aqui conosco”, diz.
Ele espera que nos próximos 20 ou 30 dias tudo se normalize. “A gente está fazendo todas as adequações possíveis para trabalhar, para não parar o fornecimento do alevino e do juvenil e torcer para que isso passe o quanto antes para a gente voltar à normalidade e trabalhar tranquilo”, finaliza.
Fonte: https://g1.globo.com/