Relatório aponta que 30% dos cardumes podem sumir por conta da pesca predatória
Rio – Relatório divulgado esta semana pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) sobre a situação dos peixes no mundo, traz parâmetros para a pesca sustentável. Além disso, o documento da ONU chama atenção para a extinção o risco de 30% das populações de peixes por conta da pesca predatória.
O texto da agência informa que muitos dos tipos de cardumes existentes na população marinha recebem impacto direto com a ação do homem: “A superexploração não afeta somente de forma negativa o meio ambiente, mas também reduz a produção pesqueira, com efeitos negativos sociais e econômicos”, diz o relatório.
De acordo com o alerta da ONU, para que os peixes continuem garantindo segurança alimentar aos países e às economias envolvidas nesse setor, é preciso estruturar planos de ação para que as espécies afetadas consigam resistir à exploração.
De acordo com estatísticas apresentadas pelo órgão das Nações Unidas, o limite máximo permitido para exploração do animal está próxima de ser atingida. Ao menos 57% dos estoques foram dizimados e apenas 13% não estão totalmente explorados.
Consumo aumentado
O relatório da FAO aponta que em 2010 o consumo humano de peixe alcançou 128 milhões de toneladas. Essa proporção viria ganhando força porque a população do mundo está consumindo mais pescados a cada ano.
Em dez anos, essa fonte de proteína, segundo o estado, passou a responder por 15% da dieta de 4,3 bilhões de pessoas. Mas a sobrepesca vem sabotando a própria indústria, que ainda recorre às redes de arrasto de fundo, o ‘arrastão’).
Lei preserva período de reprodução
Segundo especialistas em biologia marinha, o chamado período de defeso é o tempo em que as atividades de pesca ficam proibidas. O período é estabelecido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ele leva em conta a época de reprodução da espécie ou a época de “recrutamento”, quando há a passagem para a vida adulta.
De acordo com dados da Fundação Instituto da Pesca do Rio de Janeiro (Fiperj), a sardinha-verdadeira, por exemplo, não pode ser pescada de 1º de novembro a 15 de fevereiro, e de 15 de junho a 31 de julho.
Além disso, foi estipulado pelo governo federal um tamanho mínimo, de acordo com a espécie, para evitar a mortalidade de animais nas fases de reprodução e de crescimento.
Discussão ganhou espaço na Rio+20
A Rio+20, em junho, trouxe à tona a discussão da proteção à biodiversidade marinha. Ele foi um dos principais temas debatidos pelos países na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
Entre os resultados mais satisfatórios definidos no documento “O futuro que queremos” está a adoção de novo instrumento internacional de uso sustentável da biodiversidade e conservação em alto-mar.
O documento prevê também que os países ricos invistam no desenvolvimento sustentável por terem degradado mais o meio ambiente por séculos. A reunião, no entanto, não alcançou um acordo para criar um mecanismo de controle mais amplo. Os Estados Unidos, por exemplo, se opõem a medidas de regulação em águas internacionais. Norte-americanos temem restrições aos submarinos postos em regiões estratégicas de alto-mar, por conta da segurança interna.
Fonte: http://odia.ig.com.br/