O projeto ‘Pacote de Fortalecimento da Agricultura Familiar’, que distribuiu um milhão de alevinos a 141 municípios, teve como objetivo ampliar e impulsionar os pequenos produtores à produção de pescado no Estado.
O aumento da produção no Estado se deve muito aos investimentos feitos em Sorriso, região do médio-norte.
A atividade ainda recente emprega em torno de 20 mil pessoas. Segundo o Ministério da Pesca, existem 1.500 produtores atuando no setor e a produção anual de pescado atinge cerca de 33 mil toneladas.
CENÁRIO E PERSPECTIVAS
Quatro mil pessoas dependem da produção para sobreviver.
O Estado que conta atualmente com apenas três frigoríficos com o Serviço de Inspeção Federal (SIF) já ocupa o quinto lugar no ranking da produção de peixe de água doce do Brasil. “O Estado tem sim boas chances de ser um dos maiores produtores do país, eu trabalho nessa área há nove anos e me dou muito bem”, afirma o piscicultor Itamar Teodoro Góes.
A maior parte do pescado nativo de Mato Grosso é da espécie tambacu, híbrido da mistura entre tambaqui e pacu.
Em 2007, os tambacus correspondiam a 5,9 mil toneladas das mais de 17 mil t produzidas naquele ano. Em seguida vem o pacu, com 5,3 mil t; e o tambaqui, com 4,1 mil t.
As mudanças na Lei da Piscicultura agora defendem que as pequenas pisciculturas sejam dispensadas de licenciamento ambiental acarretou um aumento na produtividade entre os pequenos proprietários de áreas rurais, que terão mais uma fonte de renda e, consequentemente, maior geração de empregos no meio rural.
FOMENTO
A Secretaria de Desenvolvimen¬to Rural e Agricultura Familiar de Mato Grosso vem trabalhando na organização do setor de piscicultura e no aumento da oferta do produto no mercado desde 2009, com a implantação do Projeto “Criar Nagua”.
O resultado positivo foi o aumento da produtividade em 67%, no período de dois anos.
Com a chegada da Páscoa a expecta¬tiva é de que as vendas superem em 50% o ano passado. A Feira Peixe Santo é um dos principais canais de comercialização de pescado na Semana Santa em Cuiabá.
Ela é promovida pela prefeitura municipal há 20 anos. Este será o 3º ano em que os piscicultores da Aquamat vão participar da feira, apoiados pelo Sebrae em Mato Grosso.
POLÊMICA SOBRE ESPÉCIES EXÓTICAS
Um projeto polêmico na Câmara dos Deputados quer incluir peixe exótico em represas. Trata-se do Projeto de Lei 5989/2009, que prevê a criação de peixes exóticos – carpas e tilápias – contidos por redes dentro de reservatóri¬os de hidrelétricas. Pode parecer inofensivo, mas os biólogos ouvidos pela Folha de S. Paulo alertam para o risco que isso trará para rios e lagos brasileiros, caso a matéria seja aprovada e sancionada. O texto do deputado Nelson Meurer (PP-PR) altera a Lei que rege a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca e proíbe a criação de espécies exóticas.
CIENTISTAS SÃO CONTRA O PROJETO
Na justificativa da proposta, Meurer usa a importância do fator econômico da pesca para justificar seu projeto: “Na criação organismos aquáticos em cativeiro — aquicultura — encontram-se os maiores potenciais para o incremento da produção de pescado, em nosso país, eis que contamos com diversos fatores favoráveis, tais como: clima, tecnologia e abundância de recursos hídricos”. Segundo a Folha de SP, um grupo de cientistas liderados pelo biólogo Ângelo Agostinho, está conduzindo uma petição pública contra o projeto, que tramita em caráter conclusivo na Câmara.
CONHEÇA OS PERIGOS DO PROJETO
As cinco espécies proposta pelo Projeto de Lei são espécies descritas como invasoras e, para Agostinho, mesmo sendo criadas em redes, sempre haverá a possibilidade de escaparem e irem parar nos rios, onde poderão complicar a sobrevivência de espécies nativas, competindo pela comida ou comendo os ovos das espécies. Vários internautas também estão criticando o projeto. Eles alertam que as tilápias de origem africana, trazidas para o Brasil desde a década de 40 apresentam diferenças consideráveis em relação às nossas espécies nativas.
ESPECIALISTAS SUGEREM MAIS ESTUDOS
Os melhores peixes de água doce do mundo estão no Brasil, são nossos e devemos pesquisá-los e conservar seus habitats. Exemplos não faltam: Pirarucu (Arapaima gigas), Tucunarés (Cichla sp.), Cacharas, Surubins e Pintados (Pseudoplatystoma reticulatum, P. fasciatum, P. corruscans, P. tigrinum), Piraíba ou Filhote (Brachyplatystoma filamentosum) enfim, uma infinidade de espécies com sabor e muito mais nutrientes do que qualquer outro peixe de água doce do mundo. Vamos pesquisar mais, sugere um internauta especialista no assunto.
Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br