Peixes nativos

Peixes nativosTerminou quarta-feira da semana passada a primeira edição da Japan & Asian Food Show, feira e workshop de restaurantes e culinária asiática, que foi realizado no Expo Center Norte, na capital paulista. No evento, Embrapa e Sebrae lançaram o livro Peixes Nativos do Brasil – Pirarucu, Surubim e Tambaqui: Como comprar, armazenar e preparar. “A ideia é que as pessoas conheçam estas espécies nobres, que já são cultivadas em cativeiro”, diz Newman Costa, analista do Sebrae que está à frente dos projetos de Aquicultura e Pesca.

O consumo de peixes no Brasil dobrou na última década. De 2012 para 2013, a demanda cresceu 25% e ultrapassou os 12 quilos de pescado por habitante por ano recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Hoje, o brasileiro come, em média, 14,5 quilos de pescados por ano. No entanto, a maior parte dos peixes vendidos no país é importada. Neste contexto, Embrapa e Sebrae lançaram a publicação para estimular o consumo das espécies nacionais e, consequentemente, a produção sustentável das mesmas.

Outro objetivo é ampliar o acesso das pessoas a informações corretas sobre pirarucu, tambaqui e surubim. O primeiro é um dos maiores peixes de água doce do mundo, podendo alcançar 300 quilos na natureza. Os pirarucus têm bexigas natatórias modificadas que funcionam como pulmões, então mesmo que a água não tenha muito oxigênio, eles vêm à superfície para respirar. Tal característica faz deles presas fáceis dos pescadores extrativistas ilegais e por isso a espécie está na lista da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Selvagens Ameaçadas de Fauna e Flora (Cites).

Mas o consumidor não precisa se preocupar. “O pirarucu tem um registro que permite saber de onde o produto vem. As matrizes são chipadas para garantir que não foram tiradas da natureza”, diz Newman. A tecnologia para o cultivo da espécie cativeiro foi desenvolvida – e continua a ser aprimorada – pela Embrapa Aquicultura e Pesca e parceiros. A carne da espécie é rosada, de sabor suave e desprovida de espinhas. Conhecido como Bacalhau Brasileiro ou Bacalhau da Amazônia, o peixe vem sendo comercializado em mantas salgadas de 4 centímetros de espessura.

Em formato de cartilha, o livro Peixes Nativos do Brasil ensina ao consumidor – seja ele a dona de casa, o dono do restaurante, o cozinheiro ou comerciante – como lidar com o produto. Ou seja, como comprar, como armazenar para ele não estragar e como preparar. No primeiro item, a dica é observar os selos que atestam a qualidade de higiene e segurança alimentar: Inspeção Municipal (SIM) ou Inspeção Estadual (SIE) ou Inspeção Federal (SIF).

O material ainda ensina como limpar e cortar um peixe, além de apresentar as principais características das três espécies. A costela de tambaqui, por exemplo, é muito consumida na região Norte do Brasil. Já o surubim é muito consumido em postas, por não ter espinhos intramusculares. Quem quiser saber detalhes, basta acessar a versão online do livro clicando aqui.

Fonte: http://revistagloborural.globo.com