Os recifes de coral do oceano Pacífico poderão ficar sem os seus coloridos peixes-papagaio e peixes-cirurgião, que enfrentam um elevado risco de extinção a nível regional, alerta nesta quarta-feira a União Mundial para a Conservação (UICN).
Actualmente, 86% das populações de duas famílias de peixes dos corais – Scaridae (que inclui o peixe-papagaio) e Acanthuridae (da qual fazem parte os peixes-cirurgião e os peixes-unicórnio) – têm um elevado risco de extinção a nível regional. A situação é especialmente grave na zona do Triângulo de Coral, no oceano Pacífico, ou seja, nas águas da Indonésia, Malásia, Papuásia-Nova-Guiné, Filipinas, Ilhas Salomão e Timor-Leste.
Este é o resultado de uma investigação, publicada esta semana na revista PLoS ONE, no âmbito da mais recente actualização da Lista Vermelha das espécies do planeta, feita pela UICN.
Por exemplo, as populações do peixe-papagaio ou budião-azul (Scarus trispinosus) – já classificado como Em Perigo de extinção – e do peixe-papagaio-verde (Bolbometopon muricatum) – classificado como Vulnerável – estão em declínio por causa da sobre-exploração pesqueira. Há uma outra espécie, o Scarus guacamaia que continua a registar um declínio populacional por causa da destruição dos mangais, o seu habitat, e da sobre-pesca.
“A boa notícia é que, a uma escala global, estes icónicos peixes de recifes de coral estão bem”, disse Mia Theresa Comeros, autora principal do estudo e investigadora da Unidade de Biodiversidade Marinha da UICN, em comunicado. “No entanto, estamos preocupados com estes grandes peixes, que têm papéis ecológicos importantes nos corais, e precisamos salientar a importância das avaliações regionais e quantificar as ameaças locais”, acrescentou.
Actualmente, 95% dos recifes de coral do Sul da Ásia estão ameaçados, salienta Frazer McGilvray, da organização Conservation International. “Precisamos de mais avaliações locais para compreender de que forma a destruição dos recifes de coral estão a afectar estas populações de peixes”, disse Beth Polidoro, da UICN e outro dos autores do estudo.
A investigação foi realizada pela UICN, pela Conservation International e pela Universidade Old Dominion, nos Estados Unidos.
Fonte: http://ecosfera.publico.pt/