Por Alec Krüse Zeinad
Rumar para destinos longínquos e diferentes do dia-a-dia fazem parte do sonho de todo pescador. A busca por um gigante de couro ou aquele tão desejado dourado ou tucunão mexem com o imaginário do pescador por semanas e até meses, tirando-lhe o sono por noites seguidas.
Apesar da vontade particular de cada um, é preciso lembrar que vivermos no país que detém a maior variedade de peixes de água doce do mundo – com mais de 2500 espécies de peixes conhecidas. Explorar essa diversidade pode acabar em gratas surpresas.
Além de enriquecer o currículo do pescador no quesito espécies capturadas, auxilia no conhecimento da ictiofauna local e confere uma visão geral e mais completa da comunidade de peixes. Portanto, pode aumentar seu conhecimento, inclusive na obtenção de informações que poderão contribuir para a realização do sonho maior: a captura de um grande exemplar.
Garantindo a variedade
Não é preciso dedicar muito tempo para selecionar o equipamento adequado e as técnicas que serão empregadas na pescaria. O acréscimo de tralha costuma envolver apenas algumas varas telescópicas ou equipamento de molinete de ação leve ou média.
Nos locais de pesca, geralmente encontram-se disponíveis varas de bambu, também usadas com muito sucesso. É também a chance de matar a saudade da boa e velha varinha caipira.
A obtenção de informações adicionais sobre os tipos de peixes encontrados no local ajuda, e muito, no sucesso da empreitada. Basta contatar previamente o dono da pousada, hotel ou barco-hotel, ou alguém que já tenha pescado na região.
Nessas pescarias, geralmente feitas no barranco, o uso de ceva é quase indispensável. Ela auxilia na concentração e atração dos mais variados tipos de exemplares.
Em locais privilegiados nos quesitos quantidade e qualidade, as cevas podem ser feitas praticamente no momento da pescaria, ou com algumas horas de antecedência.
A composição da ceva (sementes, massas ou pedaços de peixe ou carne) determina quais espécies serão atraídas, por isso, coloque mais de um ingrediente. Misturas tendem a reunir uma maior variedade de peixes, com hábitos alimentares diversificados.
Nessa situação, o uso de anzóis ligeiramente reforçados e de um pequeno e bom empate de aço são detalhes que podem levar a maiores chances de sucesso.
Leve, mas nem tanto
Em certas ocasiões, como na ocorrência de um repiquete, entre o período de reprodução dos peixes-alvo ou quando estes simplesmente não estão muito interessados nas iscas, pescar com equipamento mais leve pode fazer a diferença e aumentar o número de capturas. Mais do que isso, pode ser decisivo quando é preciso pescar peixes pequenos que servirão de iscas vivas.
Para não fazer desses momentos algo monótono, reserve-lhes as horas menos favoráveis do dia e guarde alguns exemplares para os dias seguintes. Confira com o guia ou dono da estrutura de pesca quais são e onde ficam os melhores locais e meios de armazenar os peixes vivos e/ou mortos.
Por fim, não subestime o tamanho dos peixes, visto que grandes exemplares também podem aparecer. Pesque com equipamentos leves, mas nem tanto. Nunca se sabe quando uma “encrenca” não esperada aparecerá para apimentar a pescaria.
Fonte: http://www.revistapesca.com.br