Trabalhadores da Cooperativa de Pescadores e Produtores da Agricultura Familiar (Cooppaf), com sede em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, venderam 5 toneladas de filés de tilápia para a Secretaria Municipal de Educação do município de Duque de Caxias (SME), na Região Metropolitana do Rio, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Os produtores entregaram o pescado, nesta quinta-feira (23), em 80 escolas públicas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, após terem sido selecionados através da chamada pública do PNAE, lançada no último dia 05 de outubro, pela SME de Duque de Caxias, para a aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar destinados à merenda escolar.
A participação no processo de compra pública de alimentos rendeu à cooperativa um total de R$ 184 mil, valor que será dividido entre os trabalhadores associados.
De acordo com a nutricionista e responsável técnica pelo PNAE da SME de Duque de Caxias, Fernanda Lial da Silva, a tilápia possui elevado valor nutricional em comparação com outras espécies de pescados.
Por isso, a especialista explica porque a espécie foi escolhida para fazer parte do cardápio oferecido aos alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, etapas frequentadas pelas crianças de menor idade e em fase inicial de desenvolvimento físico e intelectual. “Ela (tilápia) é saborosa, o que estimula seu consumo pelas crianças. Ao mesmo tempo possui um valor nutricional muito elevado e contribui para o desenvolvimento físico e mental, principalmente dos alunos das creches e da pré-escola.”
A participação na seleção e a venda do pescado através do PNAE aconteceram em boa hora para os pescadores e aquicultores da cooperativa, a maioria deles residente em municípios do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro. As duas regiões sofrem, há cerca de cinco anos, com uma estiagem que vem secando rios e prejudicando a agricultura familiar e, principalmente, a pesca e piscicultura locais.
Com o interesse de Duque de Caxias na compra do pescado para a merenda escolar e o lançamento da chamada pública do PNAE , os trabalhadores da cooperativa processaram todo o pescado produzido e o mantiveram armazenado, enquanto aguardavam o resultado do processo de compra pública.
Selecionados como fornecedores para a merenda escolar de Duque de Caxias, os trabalhadores cooperados puderam então vender a produção pelo preço justo de mercado, evitando o provável prejuízo decorrente de uma venda urgente ao comércio local, movida pelas dificuldades impostas pela seca dos rios e açudes.
“Por isso a chamada do PNAE de Duque de Caxias foi um grande benefício porque representou um mercado que se abriu em um momento de crise para nós. Pudemos vender nossos peixes pelo valor justo, evitando o preço ofertado pelos atravessadores, o que seria um enorme prejuízo para os trabalhadores da nossa cooperativa”, explicou a pescadora artesanal, Virgimar Cler, uma das trabalhadoras associadas à cooperativa.
Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br