Custo da vacina varia de R$ 0,12 a R$ 0,14 por dose. Primeiro experimento foi realizado em uma produção de tilápia de Palotina.
Piscicultores do Paraná começaram a usar uma vacina que evita a mortalidade dos peixes em até 40%. O primeiro experimento foi realizado em uma produção de tilápia que fica em Palotina, no oeste do Paraná. “Para nós, também, é tudo muito novo. Tudo o que a gente lê de vacinação em peixe é de artigos internacionais, tudo fora do Brasil”, assegurou a piscicultora Luciana Machado. O custo da vacina, que é desenvolvida em Cingapura, varia de R$ 0,12 a R$ 0,14 por dose.
A prática, que antes era comum apenas em países da Ásia e da Europa, chegou ao Brasil há um ano. No entanto, o produto era comercializado apenas nas regiões nordeste e sudoeste. Agora, começou a ser vendida no sul do país. Por enquanto, as doses são aplicadas em tilápias, pois o Paraná é um dos maiores produtores. Cerca de 30% de toda a produção sai dos açudes do estado. “É uma coisa bem rara no Brasil, mas a tendência é que no futuro muitos produtores estarão vacinando os peixes antes de ir para o tanque de cultivo”, complementou o professor de aquicultura Leandro Portes.
A vacina protege o peixe contra uma bactéria que afeta o sistema nervoso do animal e que causa feridas nas escamas, ulceras e lesões na musculatura. As vacinas são aplicadas nos alevinos entre 60 e 70 dias e cerca de 30 gramas. A intenção é que o peixe identifique a bactéria quando a doença atacar e o próprio sistema imunológico do animal crie os mecanismos de defesa.
Para ser vacinado, o peixe é anestesiado com uma solução que mistura sal, água e óleo de cravo com álcool. “É um anestésico natural, mesmo anestésico utilizado por dentistas, para que o peixe tenha uma diminuição do ritmo cardíaco, metabólico, e ele possa, então, enfrentar esse manejo da aplicação da vacina, que é feita de forma abdominal, sem nenhum efeito colateral para o peixe”, contou Portes.
Dona de uma grande produção de tilápias, que chega a quase 50 milhões de peixes por safra, comemora a possibilidade de diminuir as perdas com a mortalidade dos peixes. “A gente entrou com um investimento muito grande com o melhoramento genético em cima dessas matrizes. Então, assim, cada matriz traz um custo muito grande para nós. A gente conseguindo proteger qualquer que seja a porcentagem, isso já vai ser muito benéfico para a piscicultura”, afirmou.
Fonte: http://g1.globo.com