Resultados do estudo da UMIPI podem guiar políticas públicas para o setor
Mais da metade do território do Paraná (59%) possui potencial para o cultivo de peixes em viveiros escavados, sendo que 24% dessas áreas são consideradas ideais devido às suas condições ambientais e socioeconômicas favoráveis à expansão da piscicultura. Com base nesses dados, gestores municipais e representantes do setor estão se empenhando em desenvolver políticas públicas para fomentar essa atividade em todo o estado. O estudo, intitulado Ordenamento Territorial da Piscicultura, foi realizado pela Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (UMIPI), em parceria com o Biopark, o Biopark Educação e a Embrapa, e contou com o apoio da Fundação Araucária.
Durante uma oficina participativa realizada em 24 de julho, a Analista de Sistemas de Informações Geográficas da Embrapa Pesca e Aquicultura destacou a importância de avaliar a eficácia do estudo quando ele for adotado por prefeituras e entidades para a formulação de políticas públicas. “Atualmente, nosso estudo oferece uma visão macro da piscicultura no Paraná. Com o interesse dos gestores, poderemos expandi-lo para uma análise mais detalhada das microbacias”, afirmou.
O pesquisador do projeto na UMIPI, Bruno Aparecido da Silva, complementou: “Reunimos especialistas de diversas áreas da piscicultura, que possuem o conhecimento técnico e prático sobre a atividade, incluindo seus desafios e variáveis de produção”.
A pesquisa utilizou uma metodologia inovadora, combinando o levantamento de dados com informações provenientes da cadeia produtiva. A comparação dos resultados permitirá que estudos similares sejam replicados em outros estados, identificando as regiões mais adequadas para o cultivo de peixes.
Carolina Trombini, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) do Biopark Educação, destacou a relevância da região Oeste do Paraná, que é líder em piscicultura, além de ser a principal produtora de aves e a segunda maior produtora de suínos do Brasil. “A colaboração com a Embrapa Pesca e Aquicultura, via UMIPI, possibilitou a realização desta pesquisa em Toledo (PR), no Biopark, beneficiando todo o estado. A metodologia desenvolvida e os resultados obtidos orientarão estratégias de expansão da piscicultura, especialmente para regiões identificadas como mais adequadas para a produção de tilápia em viveiros escavados”, afirmou.
Ao final do evento, os participantes elaboraram uma carta propondo a adoção da metodologia técnico-científica desenvolvida no estudo. A carta visa colaborar na formulação e implementação de políticas públicas que promovam, de forma sustentável e tecnicamente embasada, o desenvolvimento da piscicultura na região.
Fonte: https://www.portaldoagronegocio.com.br/