Principais estados produtores de tilápia no Brasil em 2020

De acordo com o Anuário Peixe BR da Piscicultura a produção de tilápia no Brasil atingiu 486.155 toneladas, em 2020. Com isso, passa a representar 60,6% do volume total de peixes produzidos.

O desempenho da tilápia foi o melhor entre todas as espécies de peixes de cultivo. A produção cresceu expressivos 12,5% em relação ao ano anterior (432.149 t).

Entre os estados, a produção é liderada pelo Paraná, seguida de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Confira um pouco dos principais estados produtores de tilápia no Brasil em 2020, de acordo com o Anuário:

Paraná: O estado mantém a posição de líder absoluto da produção de peixes no país. A tilápia, aliás, representa cerca de 90% da piscicultura paranaense, produzida em sua maior parte em viveiros escavados. Um ponto forte do estado é a produção por meio de grandes cooperativas que trabalham com sistema integrado de produção, ou seja, elas fornecem os alevinos, ração, assistência técnica e depois compram o peixe gordo dos produtores, que por sua vez, são responsáveis por fornecer infraestrutura e mão de obra. Em 2020, as cooperativas intensificaram ainda mais sua capacidade de produção e processamento, contribuindo decisivamente para o crescimento da atividade no Paraná. O foco na produtividade também foi um diferencial no estado. Contribuiu para esse processo o processo de licenciamento ambiental, definido ainda em 2019. A obtenção de licenças está mais ágil e desburocratizada, especialmente para tanques escavados em pequenas e médias propriedades. O volume produzido foi de 166 mil toneladas de tilápia.

São Paulo: O estado registrou aumento na demanda de peixes de cultivo, o que proporcionou melhora nos preços aos produtores, de acordo com a Secretaria da Agricultura e abastecimento. O estado aproveitou o ano para aprimorar a legislação – especialmente o decreto 62.243, de 2016, que facilita os processos de licenciamento ambiental. Agora conduzidos de forma digital, esses trâmites seguiram em pleno funcionamento. Ao longo do ano, São Paulo promoveu ações para o fortalecimento da piscicultura, como orientação sobre a importância dos protocolos de prevenção de doenças, emissão de documentos para acesso a crédito, direcionamento de piscicultores para linhas de crédito e apoio na regularização de empreendimentos. A produção de tilápia foi de 70.500 toneladas e grande parte dessa produção é feita em tanques-rede. 

Minas Gerais: Em que pesem os esforços em termos de incentivo à produção, a questão ambiental ainda é preocupante em Minas Gerais. A falta de legislação clara sobre a questão impede investimentos. Considerando o extremo potencial aquícola de Minas Gerais, essa trava reduz as potencialidades da piscicultura como negócio importante para o estado. Minas Gerais é vítima da falta de legislação ambiental eficiente, que proporcione segurança jurídica para os investidores, seja na produção ou no processamento. O estado é rico em hidrelétricas e tem grande mercado consumidor, mas há visão muito curta do Poder Público quanto à política para a piscicultura. Não significa falta de recursos financeiros, mas de legislação clara e aplicação célere. Os principais núcleos de produção do estado estão crescendo devido ao espírito empreendedor de empresários contra todas as correntes burocráticas aplicadas à atividade em Minas Gerais. Por conta desse investimento privado, a produção local aumentou 14,8% em 2020, passando para 44.300 toneladas. A tilápia dominou esse volume total, com 42.100 toneladas produzidas.

Santa Catarina: Santa Catarina realizou importantes alterações na legislação relacionadas à piscicultura, em 2020. Lei de 2018 permitiu o uso de Áreas de Preservação Permanente (APP) para a atividade, mas apenas em agosto de 2020 o governo deu prazo para regularizações corretivas: são 12 meses para que produtores obtenham a licença. Outra ação relevante foi a “mobilização das associações de produtores junto aos municípios para incluir o peixe produzido regionalmente na merenda escolar, restaurantes populares e instituições públicas [como batalhões da Polícia Militar e hospitais]”, informa Fabiano Müller Silva, pesquisador do Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca, órgão da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina. O governo estadual também investiu R$ 1,4 milhão na ampliação de pesquisas para melhoramento genético da tilápia. O objetivo é identificar linhagens mais adaptadas ao clima catarinense, em busca de melhor desempenho zootécnico para ganho de peso, conversão alimentar e rendimento de carcaça. O projeto entregou 16.200 matrizes melhoradas em 2020, relata o pesquisador Bruno Corrêa da Silva. O estado produziu 40.059 toneladas de tilápia.

Mato Grosso do Sul: A região leste do estado do Mato Grosso do Sul continua sendo o principal núcleo de produção de peixes, especificamente tilápia. Lá, várias empresas aportam os melhores pacotes tecnológicos de produção no Brasil. Essa região é responsável pela maior parte das exportações de filé de tilápia para os Estados Unidos, nosso principal comprador. A região central de MS, que era tradicional produtora de peixes nativos, após a queda expressiva da produção desses peixes está migrando para produção de tilápia em viveiros escavados e deve retomar a produção ocorrida na década passada. Os resultados dos investimentos já apareceram em 2020. A produção estadual cresceu 5,8%, chegando a 32.390 toneladas. A maioria desse volume foi de tilápia, foram 29.090 toneladas produzidas.

Fonte: https://www.aquaculturebrasil.com/