Produção de alevinos aquece o mercado e favorece o emprego no Paraná

Criação de alevinos no Paraná — Foto: Reprodução/RPC

Com um dia de vida, as larvas vão pra um tanque, onde passam por um processo chamado de reversão. Entenda como funciona o processo.

A maternidade das tilápias fica num açude que é coberto para manter a temperatura controlada. As matrizes que estão debaixo d’água se reproduzem e duas vezes por dia o Almir passa coletando as nuvens ou cardumes, como também podem ser chamados as larvas dos peixes.

Graças às estufas, o criador conseguiu adiantar em um mês a reprodução esse ano, já que pra isso a temperatura da água precisa estar acima de 22 graus.

“Aqui a reprodução é natural. A gente tem a estufa aqui que é um modo de a gente controlar mais a temperatura da água, a qualidade da água, E nós trabalhamos com uma geomembrana aqui que ela não tem contato com a terra, não tem contato com nada. É só água e os nutrientes que o peixe precisa ter. Por isso que a gente tem uma qualidade melhor hoje na tilápia”, explica o gerente de piscicultura Diones Didomenico.

Com um dia de vida, as larvas vão pra um tanque, onde passam por um processo chamado de reversão. Lá, as fêmeas se transformam em machos. Na criação comercial a reversão é fundamental pra evitar a reprodução das tilápias na hora da engorda. É que as tilápias fêmeas se reproduzem muito e, a cada 28 dias, isso superlotar os tanques e prejudicar o desenvolvimento.

Depois da reversão, os alevinos são levados para os açudes, onde permanecem mais 15 dias até serem vendidos a outros produtores para a engorda. É nessa hora, a de enviar os alevinos vivos pros clientes, que a tecnologia ampliou as possibilidades. Um sistema injeta oxigênio em embalagens plásticas.

“Antes a gente transportava num raio de 500 km. Hoje, a gente pode transportar num raio de até 1,5 mil km com ela embalada. Ela tem a qualidade e não deixa murchar a embalagem, não perde o oxigênio. Encheu ela, vai chegar assim até o consumidor final sem problema nenhum”, explica Didomenico.

Ao longo do tempo a genética da tilápia produzida no Paraná também melhorou muito. Há 10 anos o peixe rendia 28% de filé. Hoje, o filé chega a 38% do peso do peixe. O setor está tão aquecido que a fila de espera está em 60 dias para entrega.

A propriedade produzia 15 milhões de alevinos por ano, mas nessa safra vai chegar a 26 milhões. Os produtores dobraram o número de funcionários e continuam contratando.

” Abriu exportação pra fora do Brasil, e os frigoríficos grandes aderiram à exportação e isso abriu mercado para os frigoríficos menores”, finaliza Didomenico.

Fonte: https://g1.globo.com/