Seis famílias da comunidade Boa Esperança, no município de Curralinho, na ilha do Marajó, começaram a contabilizar os primeiros resultados do projeto de piscicultura desenvolvido, há cerca de um ano, pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater). A primeira despesca rendeu peixes com até 1,3 quilo, conforme meta estabelecida pelo projeto, que prevê a produção de seis toneladas de pescado anualmente.
O processo marca a diversificação da produção na comunidade, que desenvolvia tradicionalmente atividades relacionadas ao cultivo do açaí. Cada agroextrativista recebeu cerca de quatro mil alevinos de tambaqui. A espécie foi escolhida pela adaptação ao local e pelo mercado garantido. Vinte mil alevinos povoaram inicialmente os tanques, e desses, dez mil foram doados aos agricultores graças a parceria com a Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura (Sepaq).
Durante o primeiro ano do projeto, outros ganhos foram contabilizados pela comunidade. Pelo menos 70% de gastos foram diminuídos com a compra da ração comercial. Com orientação técnica da Emater, os produtores já fazem ração alternativa para alimentação dos peixes e usam como matéria-prima o açaí e o farelo de trigo.
Outros fatores também chamam atenção na produção do pescado em Curralinho. Para a criação, os produtores aproveitam baixas naturais, com formação de diques que controlam o nível da água. Outro ponto observado na comunidade é a perspectiva de turismo de base comunitária, uma vez que o trabalho na comunidade já é referencia para agricultores de municípios circunvizinhos. “Fiz uma bela reforma em casa para hospedar possíveis turistas”, disse o agricultor Ducimar Moraes, um dos participantes do projeto.
Segundo o engenheiro agrônomo Sandro Pinheiro, da Emater, o projeto tem como principal objetivo diversificar a produção, gerando renda e alimento seguro para as famílias durante o ano todo. “Outro ponto positivo é que já iniciamos um novo repovoamento dos viveiros de produção para a próxima safra. A produção abastece o mercado local, o que garante um alimento saudável comercializado a um preço justo”, avalia.
Fonte: http://www.agenciapara.com.br