Projeto pretende construir 30 açudes para produção de peixes na aldeia Apiwtxa, Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo.
Para garantir a sustentabilidade e segurança alimentar povo Ashaninka da Aldeia Apiwtxa, no interior do Acre, a Associação Apiwtxa começou a construir novos açudes e reformar outros antigos para produção de peixes. O projeto de piscicultura é feito na Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, no município de Marechal Thaumaturgo.
Ao final da ação, a comunidade indígena deve contar com 30 açudes com produção de alevinos. A Cooperativa Ayõpare é a instituição da comunidade responsável pelo comércio interno e externo.
“Este é um projeto para nossa sustentabilidade na comunidade. Estamos trabalhando para que futuramente tenhamos esses açudes com muita produção para termos um mercado interno da comunidade com peixes e a Cooperativa Ayõpare cuide desta produção”, explicou Wewito Piyãko, presidente da Associação Apiwtxa.
Os açudes estão sendo construídos pela própria associação e o projeto contou com o apoio da prefeitura de Marechal Thaumaturgo para a aquisição de uma parte dos peixes. O G1 tentou contato com o prefeito da cidade, Isaac Piyãko, do PSD, mas não obteve sucesso até última atualização desta reportagem.
“A comunidade vai ganhar um trabalho muito bonito, muito grande, feito por nós mesmos da Apiwtxa. É a garantia de uma produção sustentável, alimentação para nossa gente e também, no futuro, uma produção que pode chegar à cidade de Marechal Thaumaturgo”, disse Wewito.
Tradição
Francisco Piyãko, uma das lideranças da comunidade, explicou que o projeto faz parte de uma tradição do povo Ashaninka, da Aldeia Apiwtxa, de buscar a recuperação e manutenção do seu território.
Com a população da Terra Indígena aumentando, o povo percebeu a necessidade de implementar alternativas na alimentação, como a criação de peixes, tanto para garantir a segurança alimentar, como para “dar um descanso” à fauna local.
“Não podemos, de maneira nenhuma, descuidar, pois o peixe é um alimento muito importante para nosso povo. Esses açudes podem atender nossa comunidade por, pelo menos, 20 anos, e vindo, quem sabe, a contribuir para um comércio externo, ajudando comunidades no entorno. A gente precisa trabalhar para que nossas comunidades tenham condições de ter alimento suficiente”, afirmou Piyãko.
Fonte: https://g1.globo.com/