A recuperação de espécies encontradas mortas no Rio Mogi Guaçu, em Porto Ferreira (SP), neste sábado (15), pode levar até cinco anos, segundo o analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta), Paulo Sérgio Ceccarelli. A mortandade atingiu 15 espécies, que foram encontradas às margens do rio.
O Cepta e a Polícia Ambiental investigam o que teria provocado o problema, aliado à estiagem. Equipes da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) de Araraquara também percorreram o rio. O gerente, Jorge Carizia, confirmou que a baixa vazão do rio causou a falta de oxigenação da água e a morte dos peixes.
A morte de peixes em reprodução durante o período da piracema preocupa. “Para recuperar mortandade, ainda mais no período de desova, leva no mínimo cinco anos”, disse Ceccarelli. Por causa do longo período de estiagem o Rio Mogi Guaçu está quatro metros abaixo do normal.
Causas
Nessas condições é possível ver o esgoto sendo despejado e esta é uma das suspeitas da mortandade. “No período de seca você tem uma concentração grande de matéria orgânica, a tendência é sempre que a temperatura aumente, quanto maior for a temperatura, menor a quantidade de oxigênio e a poluição e outros fatores podem aumentar os prejuízos”, afirmou o analista ambiental.
Espécies variadas agonizaram no rio. Alguns moradores que foram ao local se arriscaram e levaram peixes para casa. “Eu acho um pecado ver tanto peixe morrendo desse jeito. Eu vou levar para casa, limpar e comer. Tem muita gente que não tem o que comer, é uma judiação, eu não vou perder”, disse a faxineira Vera Lucia Cunha.
“Alguns peixes ainda não estão mortos, estão agonizando. Eu vou comer porque não estão envenenados. Os moradores estão vendo que os peixes estão morrendo porque a água do rio está acabando, que não tem oxigênio para eles”, disse o aposentado Claudecir Santos.
Fonte: http://g1.globo.com