Novo complexo pesqueiro será instalado no antigo estaleiro Caneco, no Caju, na Zona Portuária da Cidade
A cidade do Rio de Janeiro (RJ) se prepara para receber um novo complexo pesqueiro que, além de beneficiar e comercializar pescado e frutos do mar, dará apoio à navegação de embarcações pesqueiras e esportivas.
Na quinta-feira (26), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais (Sedeeri/RJ) promoveu uma visita à área do antigo estaleiro Caneco, no Caju, na Zona Portuária da Cidade, onde será instalado o novo complexo pesqueiro. Na ocasião, foi realizada a vistoria de toda a área.
“Hoje é um dia histórico para o nosso governo. Sob o comando do governador Cláudio Castro, demos um passo importante para a revitalização da indústria de pescado, que produzirá geração de emprego e renda no território fluminense”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Cássio Coelho.
Participaram da visita representantes do Sindicato da Indústria do Pescado do Estado do Rio de Janeiro (Siperj), do Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Saperj), da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado do Rio de Janeiro (Sindoperj), do Cluster Tecnológico Naval, da Federação de Pescadores do Estado do Rio de Janeiro (Feperj), da Colônia dos Pescadores Z8, de Niterói, da Escola de Praticagem do Estado do Rio de Janeiro e do Senai.
“A importância do projeto é gigantesca. É uma conquista para todos nós. Com o complexo, o setor pesqueiro vai ter uma casa própria. Há 30 anos estamos esperando um local como esse”, conta Edineia Costa Santos, assessora da Saperj.
“O complexo pesqueiro vai fazer com que haja, efetivamente, a aglutinação do setor pesqueiro fluminense, que hoje está disperso e que, com isso, perde qualidade e competitividade”, pontua Sergio Ramalho, presidente da Siperj.
Complexo pesqueiro do Caju
André Luiz Medeiros de Souza, assessor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais do Estado do RJ (Sedeeri/RJ), lembra que a cidade do Rio de Janeiro é, segundo informações do Saperj, o segundo maior mercado consumidor e maior centro distribuidor de pescado do País.
“Desde a desativação do terminal pesqueiro da Praça XV, em 1992, a atividade pesqueira ficou abandonada, sem um local de desembarque adequado e sem incentivos econômicos por parte das autoridades, resultando no fechamento de empresas, na migração de indústrias para outros estados e na perda de espaço físico e mão-de-obra para as empresas offshore”, disse.
Segundo ele, entre as principais deficiências e entraves que o setor tem enfrentado está a falta de um Terminal Pesqueiro Público em condições de atender o setor; a existência de baixo número de cais privados, em condições precárias e com capacidade abaixo do potencial do estado; a falta de políticas de incentivo à atividade através de programas de redução de impostos de comercialização ou trabalhistas; e o baixo nível de regularização e a elevada informalidade dentro do setor.
“A implantação do Terminal Pesqueiro Público Sustentável tem como principais objetivos o aumento da produção pesqueira no Estado; incentivar a agregação de valor ao produto pesqueiro; diminuir a distância entre a matéria-prima e o mercado consumidor intermediário ou final; melhorar as condições econômicas e as condições de trabalho dos pescadores e demais trabalhadores do setor da pesca; e promover o uso e a ocupação de forma sustentável”, conta.
Carlos Eduardo Pimenta da Luz, arquiteto da Assessoria de projetos especiais, reforça que o novo Terminal Pesqueiro terá como função desembarcar o pescado e está projetado em duas unidades, permitindo a construção do primeiro imediatamente e de uma segunda unidade, ao lado, em uma segunda etapa de desenvolvimento e aumento da demanda.
Segundo ele, a localização visou principalmente beneficiar-se da implantação do canal de navegação existente, de grande calado, que atendia ao antigo estaleiro Caneco. “Diminuindo consideravelmente os custos de implantação do projeto do terminal, já que os custos de dragagem do canal de navegação não existirão e a dragagem necessária será com a criação de uma alça ligando com a área de manobra do cais na área no interior do terminal pesqueiro, a fim de permitir a operação das embarcações pesqueiras de maior porte”, diz.
No prédio do terminal, estão localizadas as áreas de Lavagem e Expedição de Pescado, ligado ao cais de atracação de embarcações pesqueiras, que terá a função de receber o desembarque do pescado, sendo posteriormente expedidos ao consumidor final, seja indústria, supermercados e outros atacadistas – através de caminhões refrigerados que estacionarão nas docas deste bloco.
Conforme Luz, estes terminais pesqueiros serão dotados também de fábrica de gelo e câmara frigorífica, destinada a armazenar o pescado que não for negociado no mesmo dia.
O local contará também com compartimento de resíduos refrigerados, com pedaços pescado não comercializados, para venda à indústria de fertilizante.
Mercado de pescado
Uma segunda construção do Mercado de Pescado será destinado à comercialização de pescado no varejo. A ideia é um segundo pavimento, com restaurantes de frutos do mar, que poderão servir pratos com o pescado adquirido nas lojas do térreo. No térreo, ainda, estarão localizadas as instalações sanitárias para atendimento ao público e área de vestiários dos funcionários das lojas de pescado.
Guarderia Naval
Prédio projetado junto ao terminal pesqueiro e ao mercado de peixe, contendo três piers para atracação de embarcações, preferencialmente pesqueiras, com 80 boxes individuais, destinados a guardar apetrechos de pesca e outros equipamentos das embarcações ali atracadas. Tanto a vaga naval como os boxes serão alugados aos armadores.
Posto de abastecimento de embarcações
Localizado junto aos demais prédios, o posto de abastecimento de embarcações se destinará, principalmente, a atender às embarcações usuárias do complexo naval.
Fonte: seafoodbrasil.com.br