Na década de 90, começaram a surgir e a ser disseminado os trabalhos de pesquisa em manejo. As rações para alevinos passaram a ser desenvolvidas especificamente para as espécies de peixes mais cultivadas.
Os pesquisadores em nutrição animal e as fábricas de ração passaram a se preocupar com a qualidade e com a eficácia do
produto na conversão em peso. As estruturas de beneficiamento implantadas fizeram com que o peixe cultivado ampliasse o seu raio de alcance no mercado e as publicações especializadas contribuíram bastante para a disseminação de tecnologia
e de conhecimento.
Na década de 90, também houve uma maior compreensão, por parte dos poderes públicos, do potencial da atividade e a importância que ela teria nos anos seguintes dentro da pecuária mundial. Alguns especialistas em desenvolvimento econômico passaram a classificar a piscicultura como a grande revolução na pecuária mundial nas décadas seguintes. Peter Drucker foi um deles.
Fato é que, nos últimos anos, a atividade de criação de peixes em cativeiro vem realmente experimentando um crescimento substancial no Brasil, acompanhando a tendência mundial de aumento da oferta de pescado via cultivo. Em 1990, o país
produzia pouco mais que 16.000 mil toneladas de peixes cultivados.
Por isso, em um cenário de oferta insuficiente de pescado para atender à demanda existente no Brasil e no mundo, a piscicultura se configura uma grande oportunidade de negócio tanto para grandes empresas, como para os micro e pequenos empreendedores, já que a instalação e operacionalização de um projeto piscícola não exige grandes áreas de terra, nem grandes somas de recursos financeiros.
No entanto, é necessário intensificar os trabalhos de repasse de conhecimento relativo a aspectos legais, mercado, gestão e produção de um empreendimento de piscicultura, ampliando as possibilidades e dando condições para que o micro, pequeno e médio empreendedores se insiram na atividade com um nível maior de sustentabilidade econômica.