Mais de 100 milhões de unidades são vacinadas por ano
A tilápia puxou o segmento e os números do ano passado evidenciaram o crescimento da piscicultura no Brasil. Com 400.280 toneladas, a espécie foi responsável por 55% da produção total de 722.560 toneladas de peixes de cultivo, segundo a Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR). Diante de tamanha expansão, a saúde animal ganha um papel fundamental para o desenvolvimento da atividade. Ao ano mais de 100 milhões de unidades de tilápia são vacinadas contra enfermidades no Brasil, o que representa 40% da produção nacional.
De acordo com médico veterinário Rodrigo Zanolo, gerente de mercado de aquicultura da MSD Saúde Animal, não é apenas por causa da qualidade da sua carne branca e ao sabor suave fez da espécie o peixe que mais se adequa às necessidades do consumidor brasileiro.“Também é a espécie que mais atrai investimentos dos produtores, pois já tem pacote tecnológico avançado, com genética evoluída, medicamentos de qualidade e manejo nutricional desenvolvido.” Entre as doenças que podem atingir os peixes, as bactérias Aeromonas móveis e Streptococcus agalactiae, causadoras da estreptococose, fazem parte dos principais desafios sanitários de impacto econômico para as criações intensivas de tilápias brasileiras.
A indústria coloca à disposição dos produtores antimicrobianos diluídos na ração para combater a proliferação dessas bactérias. Zanolo alerta que a atividade conta com medicamentos aprovados para utilização, que possuem marco regulatório e certificações internacionais. “São produtos que contribuem para o gerenciamento da saúde e bem-estar para esses animais, para o consumidor final e o meio ambiente”, frisou. Apesar da eficácia dos antimicrobianos para o controle de doenças na piscicultura, o setor opta cada vez mais pela redução de uso e já encontra vacina inativada contra estreptococoses. A imunização é injetável é feita unidade por unidade, quando o peixe está por volta do 45º dia de vida. Antes da dose, todos são anestesiados em um tanque.
Uma vez protegido o animal está preparado para a engorda, onde ficará de quatro a seis meses até o abate, pesando cerca de um quilo.