“Quando eu comecei a criar peixe não sabia que tinha de resolver tantos problemas. Me vi perdido sem saber no que estava errando e de como iria salvar minha criação. Tive prejuízo financeiro com a perda de muitos peixes, eles não cresciam, e pensei até sair do ramo“. O desabafo é de Juvenal Soares, pescador e criador do povoado Angelim, no município de Balsas. Ele e muitos outros da região tinham prejuízos com as criações de peixe.
Com a chegada do acompanhamento técnico oferecido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social (Sedes), por meio do Programa Mais Produção, os criadores recebem as orientações necessárias para prosperar na cadeia da pesca.
“Antes eu sabia identificar se a água era de qualidade, não entendia a causa da morte dos peixes. Nós criadores já perdemos muitos animais e dinheiro também, porque a gente não cuidava da forma correta. Mas agora as coisas mudaram e eu agradeço muito, porque se Deus quiser, em 2021 eu vou chegar a produzir 10 toneladas de peixe”.
Em 14 meses Juvenal produziu duas safras de pesca, além de exportar três toneladas de peixe para outro estado.
Ele e outros trabalhadores da cadeia da pesca e maricultura de Balsas recebem incentivo da Sedes para garantir a oferta de produtos de qualidade dentro das cadeias produtivas do Maranhão. A Sedes faz parte do Programa ‘Mais Produção’, iniciativa do Governo do Maranhão que reúne ações de diversas secretarias ligadas ao setor produtivo com o objetivo de desenvolver as cadeias, agregando valor aos produtos maranhenses e gerando mais riqueza, emprego e renda.
O secretário Márcio Honaiser explicou que a assistência direta com base na engenharia de pesca ajuda os pescadores a identificar os problemas na produção e aprimorar a criação correta e saudável dos animais com mais economia.
“Assim como fazemos no Programa de Aquisição de Alimentos na modalidade Leite, disponibilizamos aos pescadores uma orientação especializada para que eles tenham uma produção de qualidade e com menos custos. Com isso, auxiliamos no aumento da criação e, consequentemente, da renda desses trabalhadores, além de qualificar a cadeia produtiva do estado”, pontuou o secretário.
O acompanhamento possibilitou o escoamento da produção local para região e fora do estado. Em média, 100 pescadores recebem orientações sobre tratamento e condições adequadas da água para a criação dos animais com análise da saúde, técnicas para o ganho da biomassa animal, além de reduzir o desperdício de água, com a possibilidade da reutilização na agricultura familiar.
A engenheira de pesca da Sedes, Marta Freitas, explicou que antes do acompanhamento, os produtores criavam animais doentes que não atingiam o tamanho ideal e tinham uma produção abaixo do esperado, trazendo prejuízos aos pescadores.
“Fizemos um levantamento dos produtores locais e seguimos com a identificação dos problemas, para em seguida trabalhar com as soluções. Hoje, eles possuem uma criação com água tratada, peixes com alimentação adequada proporcionando um crescimento saudável e assim, melhorando a produção com economia e sem prejuízos e desperdícios. Agora, temos a diminuição da mortalidade dos animais e do desequilíbrio do meio ambiente”, explicou a engenheira.
A criadora Luizivania Souza, moradora do povoado Angelim, destacou que com o acompanhamento realizado pela Sedes desde o início do processo de criação, já se pode observar a mudança em todas as etapas de vida do peixe. “Antes eles morriam logo nas primeiras semanas, eram fracos, a água era ruim para eles. A ajuda veio na hora certa. Hoje, com a forma correta de criação, posso dizer que meu negócio prosperou e já me vejo uma criadora de sucesso sem mais perdas”, comemora Luizivania.
Fonte: https://omaranhense.com/