A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) anunciou o desenvolvimento de uma tecnologia que pode aumentar em até 80% a produção de lambaris. A pesquisa, que se baseia em reprodução sincronizada, será apresentada durante um curso sobre técnicas de cultivo do peixe, nesta semana, em Cachoeira das Emas, no interior de São Paulo.
De acordo com a Apta, a reprodução sincronizada é induzida a partir da injeção de um hormônio na hipófise do lambari. Desta forma, os peixes atingem a maturidade reprodutiva na mesma época, ordenando a produção.
“Sem essa técnica, os alevinos vão nascer de forma desordenada. Com isso, os peixes maiores podem comer os menores e causar um problema de logística, porque na época em que se reproduzem, os produtores podem não ter tanques para colocá-los”, explica o pesquisador Fábio Sussel.
A técnica já é utilizada desde 1930 para peixes maiores e foi adaptada. Uma diferença, segundo os pesquisadores, é que nas espécies grandes, o hormônio é aplicado de acordo com o peso enquanto no lambari, pode ser aplicada uma quantidade igual para todos.
Os pesquisadores afirmam também que a técnica pode ser aplicada até por pequenos criadores, já que é de baixo custo. É necessária apenas uma encubadora, que custa, em média, R$ 400, além de uma caixa de mil litros de água.
De acordo com a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), o Brasil produz 50 milhões de toneladas de lambari por ano, 70% no estado de São Paulo. Goiás e Mato Grosso do Sul também são importantes produtores.
A expectativa é que a demanda pelo peixe aumente em até 12 vezes, principalmente em função do uso como isca para a pesca do atum. A atividade usa tradicionalmente como isca a sardinha. Mas, segundo os pesquisadores, o lambari tem se mostrado eficaz, que tem estimulado a procura.
“Mesmo sendo um peixe de águas doces, o lambari não causa nenhum prejuízo ao ecossistema ao ser colocado no oceano, já que sobrevive por apenas 30 minutos em água salgada”, informa a Apta.
Fonte: http://revistagloborural.globo.com/