O método alavanca a produção comercial e é consagrado na piscicultura
Masculinização. No dicionário refere-se a tudo o que se torna masculino ou ganha aspecto ou modos masculinos. Mas o que essa palavra tem a ver com a produção de tilápias?
Para a produção comercial da maior parte dessa espécie de peixe, é preciso selecionar os peixes machos ou então masculinizá-los. Mas o que seria esse método?
O médico veterinário Juliano Kubitza explica que a masculinização das tilápias acontece para que o piscicultor tenha um maior controle de ganho de peso na produção. “Isso é adotado porque o macho tem um maior rendimento que a fêmea e chega a pesar 1,5 kg. A fêmea, com 400 gramas, começa a produzir ovos para reprodução e, consequentemente, para de crescer e não come”.
Ele ainda explica que a reversão sexual no peixe acontece por meio de um hormônio que é acrescentado na ração do animal. “A gente coloca uma dosagem desse hormônio na ração por 28 dias. Isso faz com que o organismo da tilápia entenda que é o gene masculino que a espécie tem. A quantidade de hormônio a ser incorporado na ração varia de acordo com o fabricante, regiões e condições ambientais”, afirma.
O médico veterinário explica que o produto simula um pico de testosterona (um dos principais hormônios sexuais masculinos) e, assim, durante o desenvolvimento dos órgãos que produzem células sexuais da tilápia, ocorre a formação do aparelho reprodutor masculino.
A tilápia é o peixe mais cultivado no Brasil, ocupando a quarta posição na produção mundial. É o que aponta o Anuário 2023 Peixe BR da Piscicultura Peixe BR (Associação Brasileira de Piscicultura).
Fonte: https://redeglobo.globo.com/